HARVARD BUSINESS REVIEW: Como as Pessoas Estão Realmente Usando a IA Em 2025
- Nina Delecolle

- 23 de abr.
- 3 min de leitura
Foi no feriado agora que passou, era Tiradentes, agenda fechada pra reuniões mas abertíssima pra trabalho - eu sentada numa mesa de café com mais três pessoas. Todas trabalhando, nenhuma na mesa empresa/ramo/projeto - só quatro amigos que preferiram trabalhar dividindo companhia e o mesmo espaço, mesmo que com fone no ouvido e o foco numa tela.
O que eu tinha pra cumprir era a edição de uma seleção de fotos, coisa que eu faço com um podcast rodando como pano de fundo. É (1) prazeroso pra caramba, e (2) tempo que eu consigo dedicar pra me atualizar do que é assunto de interesse semana após semana. Nesse dia eu ouvia Jon Favreau e Jon Lovett num episódio de Offline, um podcast que trata do “impacto da internet e da tecnologia na nossa cultura coletiva” e se tornou um favorito de uns tempos pra cá. (Longo formato, aprofundamento em cada tópico, referências que muitas vezes são novas, tom de diálogo, gente com ponto de vista crítico, boa de ouvir.)
Nesse episódio específico o assunto era Zuckerberg, Meta, ChatGPT e - aí que a coisa ficou interessante - um artigo publicado pela Harvard Business Review entitulado “How People Are Really Using Gen AI in 2025” (ou “como as pessoas estão realmente usando a IA em 2025").
Pois bem.
Esse artigo, que eu linko aqui pra vcs, oferece um panorama sobre como a inteligência artificial generativa vem sendo incorporada no cotidiano das pessoas. Uma lista, pra ser direta, dos 100 principais usos, divididos em categorias.
Na conversa eles listaram os #Top3. Três usos mais recorrentes. Três tópicos pros quais as pessoas mais têm usado ferramentas de inteligência artificial nesse ano de 2025.
O que eu esperava? Provavelmente “ajuda na produção de um texto", “sumarização de conteúdo", “pesquisa/recomendação de artigos", “explicação de documentos técnicos"... não sei, alguma coisa nesse sentido. Tópicos que fossem técnicos, daquelas coisas que a gente precisa quebrar a cabeça - ou gastar tempo - pra entender ou produzir.
Errei (feio). E dei uma risada alta quando ouvi o resultado do ranking:
Número #03 em “uso mais frequente de ferramentas de inteligência artificial": encontrar propósito de vida.
Número #02 em “uso mais frequente de ferramentas de inteligência artificial": organização de vida.
Número #01 em “uso mais frequente de ferramentas de inteligência artificial": terapia / companhia.
Atenção que eu ri com respeito. Eu ri porque não importa o tamanho do monstro tecnológico que colocam na nossa frente, e principalmente nesse cenário onde muitos alegam que se configura uma crise de solidão nunca antes experienciada enquanto sociedade - tudo que a gente continua querendo é entender o que tá fazendo aqui, como organizar esse auê que é a vida moderna, e como se sentir menos sozinho. (Um suspiro de alívio por que ser humano continua sendo ser humano.)
Inteligência Artificial é um dos tópicos que eu venho acompanhando com mais atenção. Quem aqui tiver mais que seus 35 anos vai lembrar junto comigo do momento em que os telefones celulares ganharam espaço e quanto eles mudaram o que a gente entende por maneira de se comunicar. O quanto existia uma dinâmica relacional antes e outra depois da presença de um aparelho no bolso de cada pessoa por aí.
Mudou muito, mudou quase tudo, e eu sinto que é exatamente isso que estamos prestes a presenciar novamente.
O uso que as grandes empresas vão fazer da nova tecnologia, a gente não tem como prever (e a falta de regulamentação indica um futuro bagunçado). O quanto e o que ela vai substituir não se sabe (meu palpite é: muito, em muitas esferas). Falar sobre e olhar com atenção é importante - pelo menos do meu ponto de vista.
O alento recebido em forma de artigo da Harvard foi esse: ser humano continua querendo ser humano, as nossas angústias continuam sendo muito humanas, o nosso anseio por conexão (humana) não tem jeito de estar diminuindo.
Pra tarefa mecânica, eu agradeço a IA. Pra sentar junto e trabalhar numa segunda-feira de feriado, graças a deus pelos amigos.
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