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FLUÊNCIA CULTURAL NA COMUNICAÇÃO DIGITAL - A Força das Identidades Multiculturais na Construção de Marcas

  • Foto do escritor: Nina Delecolle
    Nina Delecolle
  • 26 de mar.
  • 3 min de leitura

A questão do multiculturalismo como experiencia humana individual sempre foi uma que me interessou. 


É particular a sensação de pertencer a dois (ou mais) mundos diferentes. Sentir combinadas em si referências, valores, maneiras de ser provindas de culturas distantes e por vezes destoantes. Entender aos poucos quais são, dentre tantos signos culturais, aqueles que realmente nos pertencem - e quais são aqueles que, por mais forte que sejam dentro de uma das nossas culturas de origem (ou de momento presente), simplesmente não conversam com quem somos. 


A sensação de se ver muito identificada com alguns aspectos específicos daquilo que compõe um dos mundos em que vivemos, e em outros momentos se ver uma total estranha, é uma que eu acredito ser vivida por um número cada vez maior de pessoas. 


À medida em que uma mobilidade maior nesse mundo é alcançada, mais pessoas se permitem viver experiencias fora dos seus lugares de origem, encontrando-se numa confluência de culturas - uma carregada internamente, outra apresentada por um universo que é externo. 


Tendo sido o biculturalismo a minha própria circunstancia desde sempre, vejo como natural uma curiosidade que caminhe pra entender como outras pessoas vivem essa mesma experiência. Com um pouco mais de profundidade: como elas comunicam essa experiência, e que resultado essa comunicação produz. 


Aqui eu volto pro branding. 


Talvez em decorrência da minha própria experiência enquanto pessoa com raízes fincadas em culturas diferentes entre si, nesses anos tratando de gerenciamento de comunicações pessoais tive algumas boas oportunidades de debater - e trabalhar - essas questões específicas com clientes que acompanhei e venho acompanhando. 


Conduzir a adaptação de planos de comunicação à novos cenários e entender de que maneira o multiculturalismo pode ser apresentado da maneira que é - um ponto forte dentro de uma construção pessoal e que transborda pro que se faz profissionalmente - tem sido um dos meus maiores laboratórios práticos de comunicação.  


Como comunicar um mundo composto por referências muito distintas, entendendo o que pode provocar distanciamento ou aproximação - mas principalmente, construindo uma presença de marca fiel à quem se é - sem afastar uma audiência que talvez não vive as mesmas circunstâncias diárias? 


Alguns pontos surgem como temas em comum. 


Eu gosto muito de pensar no multiculturalismo como um laboratório de experimentação, que promove a capacidade de conectar pontos diferentes dentro de culturas diferentes, e a partir daí permite a construção de perspectivas únicas, dificilmente idênticas àquelas alcançadas por uma vivência restrita a um único contexto cultural. Eu gosto muito de pensar que esse ponto sozinho abre um universo infinito quando se trata de comunicação.


Se compreender o contexto cultural implica em identificar e decodificar (em si e no contexto externo) padrões socioculturais e entender como determinadas mensagens dialogam com questões identitárias, políticas e emocionais, quando trata-se de uma marca que se entende multicultural, a curadoria identitária ganha novamente protagonismo.


A partir do momento em que a fonte da qual é abastecido o repertório pessoal é única, e que a perspectiva de mundo criada a partir daí é, tanto quanto, singular, cria-se um espaço onde muitas das regras impostas sobre o que deve ou não ser comunicado se esvaem. Um espaço de liberdade maior, e de potencial de criação proporcional. 


É como se enxergássemos o multiculturalismo como base pra criação de um estilo próprio.


Seja imageticamente, misturando referencias visuais da maneira como elas são misturadas na vida real - na decoração de uma casa, num guarda-roupa que transita por contextos distintos, na mistura de cenários reais pelos quais se transita. Seja em termos de discurso, ancorado pela riqueza de viver realidades por vezes muito diferentes entre si, de ouvir pontos de vistas fundamentados em princípios ideológicos distantes dos seus, de presenciar tradições que só fazem sentido em um contexto cultural específico.


Ou até mesmo na maneira como nos colocamos no mercado - talvez oferecendo soluções que, justamente, uma vivência plural permite oferecer. 


Em um mundo de comunicação digital com sede de autenticidade e diversidade, pessoas que não escondem suas complexidades culturais - mas pelo contrário, se apropriam delas como parte do que compõe suas capacidades de ler e transitar por contextos distintos - podem ter à sua disposição uma forte âncora com potencial pra fundamentar uma maneira distinta e genuína de comunicação.



 
 
 

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